É muito difícil ganhar dinheiro, por isso temos que valorizá-lo e gastá-lo com o que realmente importa.
Por isso apresentamos uma classificação dos gastos para você identificar no seu orçamento o que é Essencial, o que é Supérfluo (que dá Satisfação) e o que é Desperdício.

imagem: Freepik
Como classificar os gastos?
1. Desperdícios
Para gastar melhor o que você ganha, o primeiro e mais fácil passo é eliminar os desperdícios, porque não vão alterar o bem-estar de ninguém da família. Talvez você não tenha percebido os desperdícios, por isso trago alguns exemplos: tarifas de bancos, assinaturas de serviços que não tem mais utilidade. A academia que pagamos e não frequentamos.
Organize-se melhor para não pagar multa por atrasos – isso também é desperdício! Hoje em dia temos aplicativos de celular com cobrança recorrente também: elimine tudo o que não está usando.
Eu sei que dá trabalho ligar na operadora de celular, pedir desconto, cancelar um serviço, mas lembre-se o quanto você trabalha para ganhar seu dinheiro, então gastá-lo com coisas inúteis é muito desperdício, não acha?
Depois de eliminar os desperdícios mais óbvios, busque nos seus hábitos os desperdícios que exigem reflexão: será que você aproveita tudo o que paga? Olhe cada linha dos seus gastos e pense bem: o quanto isso me traz de satisfação? Se perceber que não tem satisfação ali, então é desperdício!
É comum fazer as coisas no automático ou fazer o que todo mundo faz. Pare para pensar antes de seguir consumindo esse produto ou serviço. E decida se aquilo é tão importante para você.
Gastos Supérfluos ou com Satisfação
Satisfação é tudo aquilo que se escolhe manter no orçamento para ficar feliz. Então é importante estabelecer prioridades porque não dá para ter uma lista de coisas que consumimos maior do que o nosso orçamento mensal.
Deve haver algumas coisas que você goste mais do que outras, então dá para repensar essas coisas e ficar um tempo sem consumi-las para sentir se fazem tanta falta assim. Compare a satisfação com o preço pago e faça uma avaliação.
O objetivo é comprometer o mínimo seu bem-estar e alterar pouco seus hábitos de consumo. Nós vamos medindo o quanto cada corte vai impactar seu orçamento. Começamos pelos desperdícios, que não impactam nada seu bem-estar. Daí podemos escolher melhor os gastos de satisfação, para fazer só o que nos dá mais prazer.
Às vezes precisamos deixar de fazer até o que nos dá muita satisfação. Quando o sacrifício ocorre por um período curto e preestabelecido, é mais fácil. É como uma dieta muito rigorosa. Se tiver prazo para acabar, a chance de ficar sem comer algumas coisas, é maior.
Então se mesmo depois de cortar os desperdícios do seu orçamento você perceber que vai precisar sacrificar os gastos de satisfação, combine com a família, façam as contas e estabeleçam prazos. Por exemplo: adoramos comer fora, mas como identificamos uma necessidade de economizar que é compartilhada e entendida por todos, ficaremos sem fazê-lo por um período, até as coisas se arrumarem. Isso deve acontecer em 2 meses, por exemplo.
Comprar um celular novo, tomar cerveja na sexta, churrasco no domingo – pode ser que vocês precisem interromper esses prazeres temporariamente.
Gastos Essenciais
Por último vamos “cortar na carne”, ou seja, tentar encontrar nos gastos essenciais quais precisam ser eliminados ou reduzidos. A medida do corte é o quanto queremos fazer sobrar por mês, seja para quitar dívidas, ou formar uma reserva. Tem gente com mais vontade de cortar e resolver a questão mais rapidamente. Outros preferem ir sentindo as mudanças nos hábitos e se adaptando às mudanças.
Avalie em que tipo você se encaixa. Vamos pensar um pouco sobre os Essenciais: faz sentido ter tanto boleto? Esse padrão de vida em que você se encontra é compatível com a sua renda atual? Reflita se é válido fazer uma mudança mais radical, como encontrar uma casa com aluguel mais barato, uma escola mais simples para os filhos, vender o carro que está financiado e andar de transporte público.
Concluindo, comece pelo mais fácil (corte dos desperdícios) e avalie. Pode ser que já seja suficiente. Do contrário, siga avaliando e priorizando os outros gastos. Toda essa conversa é uma proposta para que você se relacione melhor com o seu dinheiro. Boa parte das nossas decisões financeiras são tomadas sem muita reflexão e esse é um chamado para que você e sua família, pensem antes de decidir.
Escrito por:
Leandro Loiola, CFP, é planejador financeiro e trabalha com a Sã Consciência Financeira ajudando as pessoas a lidar com questões financeiras.
Siga a gente no Instagram: @saconscienciafinanceira
Veja também:
5 dicas práticas de como sair das dívidas