Você sabia o nosso cérebro pode nos enganar na hora de consumir? A nossa mente é desenhada para tomarmos decisões de modo mais rápido e simples. Mas nem sempre são as melhores decisões. Descubra o porque às vezes gastamos sem perceber e como acabar com esse comportamento.
Veja alguns exemplos de “atalhos mentais” e o que fazer para tentar evitá-los:
5 atalhos mentais que podem estar fazendo você gastar sem perceber
Efeito adesão: sabe quando fazemos alguma coisa porque todo mundo está fazendo? Pois é, esse “comportamento de manada” pode ser prejudicial para suas finanças, pois tomamos decisões sem pensar e compramos sem precisar. Fique de olho! Nem sempre o mais consumido é o melhor.
Efeito halo: é quando a gente associa uma imagem que nos é familiar a um produto, serviço ou ideia. Por exemplo: quando vemos um artista da TV que gostamos muito fazendo propaganda, já pensamos em coisa boa sobre o produto anunciado… Mas às vezes nem precisamos daquele produto, ou há outros concorrentes tão bons, ou melhores do que aquele, pela metade do preço. É comum comprarmos aquele para o qual o artista deu seu aval… Então cuidado ao escolher um produto pela “embalagem”!
Síndrome do “Jaque”: é quando ficamos preso a um gasto que tivemos e considera isso para tomar nossas decisões futuras.
Por exemplo, quando decidimos empreender e pensamos: “Já que eu investi nesse carrinho de pipoca, vou continuar vendendo pipoca, mesmo que esteja perdendo dinheiro”. Não faz sentido, mas agimos assim, com frequência.
É duro assumir uma perda, mas não se deixe levar pelo ditado: “Sou brasileiro e não desisto nunca”. Às vezes desistir é sinal de inteligência! E você vai direcionar melhor seu tempo, dinheiro e energia para algo que pode te trazer melhores retornos.
Efeito do Preço Zero: Quantas vezes você não aceitou uma oferta porque ficou encantado com a “Taxa Zero” ou o “Período grátis” de uso de um serviço ou produto?
Uma das explicações mais aceitas para esse comportamento é que nos sentimos fortemente atraídos por uma opção que aparentemente não possui nenhuma desvantagem (sem custo). Damos uma “resposta afetiva” muito positiva e imediata.

imagem: Freepik
Não seja enganado pelas emoções!
– Analise cuidadosamente e racionalmente o que cada produto oferece antes de escolher. Busque atributos que combinem com as suas necessidades;
– Antes de fazer compras mais caras, veja se precisa mesmo e se a sua escolha está sendo consciente;
– Procure fontes especializadas para se informar e comparar alternativas. E só decida quando tiver certeza!
– Foque suas decisões na utilidade e nos ganhos futuros que elas podem trazer para você;
– Defina objetivos para decidir de forma mais racional. Por exemplo, se você vai ao cinema para se divertir e na primeira meia hora o filme te pareceu triste, talvez seja mais adequado ir embora do que perder tempo;
– Fazer uma revisão periódica dos gastos e despesas é importante para verificar quais deles não cumprem o objetivo esperado ou deixaram de trazer os benefícios esperados inicialmente;
– Estabeleça limites de perda. Por exemplo, se na sua casa tem um eletrodoméstico que costuma dar defeito, você pode estabelecer um limite de gastos com reparo. Talvez ele dure mais três anos com alguns consertos. Mas se os defeitos forem muito frequentes, talvez seja melhor trocar por um novo;
– Antes de comprar na promoção do “Leve 3, Pague 2”, reflita: será que vou consumir antes de vencer o produto? De nada adiante pagar menos se não for consumir dentro do prazo;
– Por último e mais importante: perceba qual necessidade afetiva aquela compra procura preencher – conforto, segurança, aprovação social. Pense em formas de preencher essa necessidade com algo mais adequado, seja em termos de preço ou de benefícios.
Fique de olho nas “peças” que o seu cérebro pode pregar! E aproveite melhor o seu dinheiro, tão difícil de conseguir!
Escrito por:
Leandro Loiola, CFP, é planejador financeiro e trabalha com a Sã Consciência Financeira ajudando as pessoas a lidar com questões financeiras.
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