A medida mais eficaz contra a disseminação do novo coronavírus é o isolamento social. Entretanto, essa medida tem provocado impactos negativos na vida de mulheres que são vítimas de violência doméstica. O isolamento social tem contribuído para o crescimento dos conflitos dentro de casa, aumentando os casos de violência contra a mulher na pandemia, além de obrigar as vítimas a permanecerem em convivência com seus agressores por um período mais prolongado e com maior dificuldade para solicitar ajuda ou escapar dessa situação.
Apenas nos dois primeiros meses de pandemia, dados do Fórum Brasileiro de Segurança mostraram um aumento significativo do feminicídio no Brasil e cerca de 37,9% das brasileiras sofreram algum tipo de assédio sexual.
Em 2020, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registradas 105.821 denúncias de violência contra a mulher nas plataformas do Ligue 180 e do Disque 100.
Segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil. Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual nesse período. A pesquisa ainda aponta que 51,5% dos brasileiros relataram ter visto alguma situação de violência contra a mulher nos últimos doze meses.
O estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública junto ao Instituto Datafolha ainda aponta que só em 2021:
44,9% das mulheres não fizeram nada em relação à agressão mais grave sofrida;
21,6% delas procuraram ajuda da família;
12,8% procuraram ajuda dos amigos;
11,8% denunciaram as agressões na delegacia da mulher;
8,2% procuraram a igreja;
7,5% denunciaram em uma delegacia comum;
7,1% das mulheres procuraram a Polícia Militar;
2,1% ligaram para a Central de Atendimento à Mulher.
Infelizmente, a violência contra a mulher na pandemia apresentou aumento dos números de violência em comparação aos outros anos, enquanto os números de denúncias diminuíram. Não se cale, você não está sozinha!
